Cariri
Nome: Espedito Veloso de Carvalho (Espedito Seleiro)
Tipologia: Couro
Técnica: Selaria
Rota: Cariri
Localidade: Nova Olinda
Contato
Endereço: Rua Avelino Feitoza, 386
Telefone: (88) 9927.0402 / (88) 99483.8434 / (88) 99294-2195
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Instagram: @espeditoseleirooficial
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O artesanato do couro de Espedito Seleiro, 82, é um talento herdado da família. São cinco gerações de artesãos. Mas, foi dele a missão de renovar o ofício. “Vivíamos de fazenda em fazenda, cuidando da criação e produzindo os equipamentos dos vaqueiros”, conta. “Nasci dentro de uma oficina com meu pai trabalhando”.
Aos dez anos, a família mudou para Nova Olinda. Quando o pai faleceu, 13 anos depois, Espedito virou o provedor e colocou os 11 irmãos dentro da oficina para ensinar o ofício. Naquela época, ele ainda fazia os tradicionais itens para vaqueiros e tropeiros. Foi uma decepção em uma feira que fez com que ele buscasse a inovação. “Um dia fui para a feira e não vendi nada. Então resolvi mudar. Fui atrás de material e só tinha couro cru. Fui na mata e achei casca de angico. Fiz o couro vermelho. Fiz o preto com a lama do rio e o branco com a cinza. Quando coloquei o colorido na sela, consegui vender por um bom preço”, conta. O sucesso veio com a sandália inspirada nos modelos que o pai fazia para os cangaceiros, batizadas de Lampião e Maria Bonita. Foi quando as encomendas cresceram.
“Na vida, a gente tem que procurar algo que gosta. Se você procurar fazer as coisas pelo dinheiro é uma desgraça”, aconselha o mestre que já teve o trabalho exposto em Londres, Paris, Milão e nas principais capitais do Brasil.
Durante os trabalhos na oficina, as crianças eram presença constante. “Elas estavam sempre tirando os móveis do lugar, foi quando resolvi fazer cadeiras pesadas para elas não conseguirem puxar”, conta rindo da situação. Os móveis viraram sensação para designers e decoradores e rendeu parceria com os renomados irmãos designers, Fernando e Humberto Campana. “Esse trabalho me deu a felicidade de ficar conhecido”, destaca.
Para criar, Espedito busca o silêncio da noite. “Gosto de desenhar à meia noite. Quando não tem ninguém”. No início da manhã, passa os modelos para os outros artesãos do ateliê. “Não gosto muito de repetir modelo”, diz. Para o mestre, o couro representa a vida dos seleiros e de toda a sua família, desde o tataravô. “Me sinto feliz por viver da minha profissão e manter essa tradição”.