Cariri
Nome: Luciano Bezerra da Silva
Entidade: Airam – Associação dos Irmãos e Amigos da Arte Monsenhor Murilo
Tipologia: Fibras Vegetais
Técnica: Trançado
Rota: Cariri
Localidade: Juazeiro do Norte
Contato
Endereço: Rua Santa Luzia, 184
Telefone: (88) 98821-8514 / 9 9967-1121
Email: lucianoartesao@yahoo.com.br
Instagram: @airam_arte
Facebook: Airam
Em uma família de dez filhos, Luciano, 42, aprendeu cedo a contribuir com a renda de casa. “Trabalhei em posto de gasolina, vendendo cocada no Horto. Minha mãe não era alfabetizada, mas era muito empreendedora e inteligente, comerciante nata, viajava para feiras e, dessa forma, criava os filhos bem alimentados”, conta.
Aos 12 anos, Luciano, 42, começou no artesanato fazendo cartões de tecido, palha e folha de bananeira em um programa para jovens de uma tradicional associação de artesãos de Juazeiro do Norte. “Eram de 25 a 30 jovens trabalhando na produção de 10 a 18 mil cartões por ano, que eram exportados para a França, até o final da década de 90, quando esse mercado se fechou”, relata.
Após essa fase, junto com os irmãos e outros membros da família, ele buscou alternativas para crescer com o artesanato. “Me alfabetizei tarde, aos 10 anos, então precisava correr atrás”. Depois de muitos obstáculos, Luciano conseguiu terminar o segundo grau e se formar na faculdade de administração. “O artesanato me deu tudo que tenho. Foi por meio dele que aprendi tudo o que queria. Participei de cursos, oficinas e formação para empreendedores”, conta. Dos 10 irmãos de Luciano, três terminaram o terceiro grau.
A associação surgiu em 2015 com aproximadamente 20 sócios da mesma família e o nome é uma homenagem a um dos grandes incentivadores dos artesãos de Juazeiro do Norte, Monsenhor Murilo, pároco da Basílica Menor Nossa Senhora das Dores. “Depois de Padre Cícero, ele foi um dos maiores acolhedores de artesãos e romeiros”, afirma. Com o apoio da CeArt, o grupo expandiu as técnicas de trançado de palha, além de buscar outras referências para novos itens, como a mala amarela de madeira, forrada com recortes de revistas, artigo típico dos romeiros e sucesso de vendas.
A produção chega a uma média de 600 peças por mês e a associação conta com duas lojas, uma no centro de Juazeiro do Norte e outra no Horto. “Há sete anos estamos aqui no centro e há cinco anos temos um box no horto, mas nossas peças já viajaram para outros estados do País como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraíba”, destaca. No verão as bolsas de palha são o carro-chefe, mas são as cestas que atraem as vendas no fim do ano.