Cariri

A taboa ou junco do Nordeste é a matéria-prima da produção de artesanato da Associação de Integração, Desenvolvimento Social e Sustentável (Assides), em Várzea Alegre. Composta por 16 agricultores do município, dos quais 11 trabalham com artesanato, os sócios retiram do açude a fibra para a fabricação de móveis, cestos e bolsas.

Esse trabalho é liderado por José Marcílio, 53, que há 16 anos trabalha com artesanato e desenvolve ações de fortalecimento da produção rural para a comunidade. “Eu trabalhava em um reservatório e via os agricultores tocando fogo na taboa. Então, vimos que era mais viável cortar e fazer o trançado para gerar renda”, explica.

Nascido em Juazeiro do Norte, Marcílio viu muitos moradores de Várzea Alegre saindo para comprar coisas básicas da agricultura, como coentro. “Criamos um grupo produtivo e um grupo de artesãos para o empoderamento dessa comunidade”.

Para Marcílio, a agricultura está perdendo um grande elo com os mais jovens. “Os mais velhos estão morrendo e os mais jovens na rua. Podemos mostrar aos filhos como ganhar dinheiro sem precisar sair do seu habitat. Para isso precisa estar em conjunto. É como a fibra da taboa. Se tiver só uma ela se quebra, mas se juntarmos três, ela resiste”, destaca.

Depois de participar de cursos e oficinas com artesãos experientes, o grupo ficou animado. “De cinco modelos, criamos 25 peças, em cinco dias de curso. Isso deu garra para que levássemos à frente”, relata. Das bolsas e cestos, o grupo evoluiu para a produção de cadeiras, bancos, moldura para espelhos, etc. “Quando um artesão ou agricultor estuda ele pode ir longe”, destaca.