Cariri

Nome: André Rocha Cardoso
Tipologia: Couro
Técnica: Sapataria
Rota: Cariri
Localidade: Crato

Contato
Endereço: Av. JPB de Menezes, 526, ASA
Telefone: (88) 99927-0967
Email: cardosoartcouro@yahoo.com.br
Instagram: @andre.griffedovaqueiro
Facebook: Andre Cardoso

André Cardoso, 46, vem de uma família de agricultores e trouxe consigo os costumes simples da roça. “Eu sou o irmão mais velho de quatro. Vim do sítio do meu pai para o Crato aos 13 anos para estudar. Mas, ele não tinha condições de me manter. Então, eu fui ser flanelinha, vendedor de picolé, lavava carros e trabalhava com artesanato na periferia da cidade. Aos 14 anos, tirei minha primeira carteirinha de artesão”, relata. Com destaque na agropecuária, o artesanato em couro também faz parte da cultura local do Crato.

Depois de trabalhar como cobrador de ônibus, André conseguiu comprar seu primeiro equipamento para produção de itens em couro: três pares de formas, um martelo e um pé de ferro. “Depois, comprei uma casinha de taipa de 4,5 metros, aqui nesse mesmo terreno, e trouxe três irmãos para me ajudarem na produção”, conta.

Com o aumento das encomendas, André conseguiu montar a loja Griffe do Vaqueiro, bem maior que a casinha de taipa anterior, mas que mantém as características rústicas na decoração. “Eu saí do sítio, mas o sítio não saiu de mim. O artesanato me lembrava essa época, por isso fui montando a loja com essa atmosfera sertaneja”, diz. O espaço funciona em uma das mais movimentadas avenidas do Crato.

Inspirado no grande Luiz Gonzaga, de Exu (PE), mas que sempre declarou o amor pelo Cariri, André se identifica com as vestimentas do sanfoneiro, que nos anos 40 adotou a sandália de couro, o gibão e o chapéu do sertanejo nordestino nas apresentações. “Eu me identifico com o couro mais natural e levo isso para os meus produtos”, explica.

Mas, até chegar a sua própria identidade, André reproduzia o que o mercado exigia. “Eu fabricava e vendia para os lojistas aqueles modelos mais procurados pelos clientes. Mas, sempre sonhei em inovar”, afirma.

Hoje, são quatrocentos pares de forma, uma máquina de corte e prensa e várias máquinas de costura e lixadeira, e oito colaboradores. “O nosso forte é a sandália. Mas com a diversificação dos itens, diversificou também a clientela”, conta. Há alguns anos, André iniciou a criação de móveis de couro como cadeiras, bancos e baús.

O espaço onde funciona a loja também abriga a oficina. “Estamos preparados para receber o turista e unimos a loja à produção. O visitante pode andar pela loja e ver a sandália sendo produzida na hora, enquanto toma um cafezinho”, explica sorridente o artesão que adora uma boa conversa.