Cariri

Nome: Cícero Caetano Rodrigues (Zumbin)
Entidade: Centro de Cultura Mestre Noza
Tipologia: Madeira
Técnica: Escultura
Rota: Cariri
Localidade: Juazeiro do Norte

Contato
Endereço: Rua São Luiz, Centro
Telefone: (88) 3511-3133 / (88) 98829-3069
Email: mestrenoza@gmail.com
Instagram: @mestrenoza
Facebook: Centro de Cultural Mestre Noza

Existem dois principais pontos turísticos na cidade de Juazeiro do Norte, o Horto de Padre Cícero e o Centro de Cultura Mestre Noza. O primeiro traduz a forte presença religiosa nos costumes da região e o segundo a riqueza artesanal do Cariri, também muito ligada à fé e à devoção dessa população e que teve em Padre Cícero um dos responsáveis pela difusão da arte popular. “Em cada sala um altar, em cada quintal uma oficina”, é uma frase de Padre Cícero aos romeiros e difundida entre os artesãos do Centro de Cultura Mestre Noza.

O local que antes abrigava um quartel abandonado foi inaugurado em 1983, mesmo ano em que Mestre Noza faleceu, xilógrafo que inspirou tantos artistas da região. Lá, estão à venda peças de 98 artesãos, além de um acervo com história e peças de artistas como Mestre Noza, Manuel Graciano, Nino, Expedito Sebastião da Silva e Maria de Lourdes Cândido. Modelagem em argila, xilogravuras, flandre, trançado de palha, couro são algumas das técnicas presentes, mas é a escultura em madeira que predomina.

Em 2019, o espaço foi reformado e passou a receber até 500 visitantes por mês. “O Centro está aberto a todos os artesãos. Mas, nem todos trabalham aqui, preferem fazer em casa e trazer para expor aqui”, explica o escultor e presidente da Associação de Artesãos de Juazeiro do Norte, Cícero Custódio Rodrigues, o Zumbin.

Aos 15 anos, Zumbin chegou à associação. Trabalhava com o irmão, também escultor, Raimundo Caetano Rodrigues, o Racar, dando acabamento nas peças. Com Racar e o amigo Cícero Araújo, ele cresceu e foi incentivado por eles. “Nossos pais eram da roça, então eu aprendi com ele e ele aprendeu com os amigos”, conta. Três anos depois, com apenas 18 anos, tornou-se presidente da associação. Com intervalos, e exercendo outras funções, Zumbin já passou por três mandatos de presidente.

“Aqui é uma escola a céu aberto. Quando estou trabalhando, chamo o jovem que vem aqui para aprender. Antigamente, apareciam grupos de cinco ou seis interessados e víamos surgir novos talentos. Hoje, com as redes sociais é mais difícil. Temos que procurar um meio de incentivar o aprendizado e a valorização, porque a tendência é a cultura desaparecer”, lamenta o artesão.

Durante a conversa, diversos turistas passeavam pelo local admirados pela beleza e tranquilidade do espaço, que é um respiro em meio ao movimentado centro de Juazeiro do Norte. “Ao invés do artesão procurar o cliente, ele pode vir até aqui”, destaca Zumbin.