Cascavel

Às seis horas da manhã, José Pereira, 70, conhecido como seu Deca, acorda para arrumar e preparar o barro. Na maromba, ele mistura os dois tipos de barro: o vermelho e o preto. A tarefa faz parte da rotina diária dele, que é um dos ceramistas mais antigos da região. Para seu Deca, a tradição de Moita Redonda com o barro é algo tão profundo quanto as raízes de uma árvore frondosa. “É como uma árvore com raízes muito profundas, não morre, vai respirando, crescendo, nascem as flores que dão origem a novos galhos e novas árvores ao redor”, destaca.

Segundo ele, o artesão de barro está mais experiente. “Na época dos nossos pais era só o básico: a jarra, a quartinha, a panela, produtos com pouco valor comercial”, conta. Hoje, seu Dedé faz potes, animais e adornos chegando a aproximadamente cem peças por mês. “Já cheguei a enviar 6 mil peças para o Amapá”, disse.

Na casa onde mora, em um enorme quintal, funcionam dois grandes fornos de queima e as peças prontas ficam abrigadas em um anexo no local