Cariri

Nome: Maria Luiza Lacerda Homem
Entidade: Grupo de Rendeiras de Bilro de Santana do Cariri
Tipologia: Fios e Tecidos
Técnica: Renda de Bilro
Rota: Cariri
Localidade: Santana do Cariri

Contato
Endereço: Museu HIstórico Casarão, Centro
Telefone: (88) 99609-0142
Email:
Instagram: @redescesarina
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Em duas salas do Museu Histórico Casarão Cultural Coronel Felinto da Cruz Neves, um casarão de mais de um século, o Grupo de Rendeiras de Bilro de Santana do Cariri trabalha e expõe seus produtos. Diferente daquela encontrada no litoral do Estado, a renda de bilro da cidade é feita com a linha mais grossa. Uma tradição ainda mais rara, nos dias atuais, e que elas fazem questão de manter e passar para a próxima geração.

À frente dessa luta está a coordenadora do grupo que existe desde 2009, Luiza Lacerda, 59, filha de Cesarina Lacerda, referência na arte do bilro. “Esse trabalho não é encontrado em outro lugar, é próprio daqui”, explica Luiza. “Minha mãe deu um curso aqui, nos anos 90, e algumas de nós aprenderam com ela”, conta.

É impossível não se apaixonar ao abrir uma rede de renda de bilro das rendeiras de Santana do Cariri. Elas demoram até três meses para fazer uma completa. Quando a encomenda é somente a varanda leva menos tempo, um mês. “Essa renda é diferente do litoral, é da linha grossa. Não permite tanta coisa quanto a outra. A gente faz rede e passarela”, explica.

Para chegar à espessura certa, o primeiro passo é comprar a linha e torcer para fazer as meadas, uma trama própria dessa arte que utiliza almofadas maiores e mais hastes. “A nossa rede é totalmente artesanal desde o processo da linha até os cordões, à varanda e o empunho (colocar os punhos)”, afirma.

Com menos de dez artesãs no grupo, uma das preocupações das rendeiras é integrar os jovens. “Estamos tentando. Trouxemos algumas moças para aprender e elas se interessam no começo, mas depois abandonam”, desabafa. Na própria casa de Luiza, das quatro filhas, apenas duas quiseram aprender, mas seguem caminhos diferentes dos da mãe.

No Casarão, a estudante Lara Nunes, de 15 anos, é um exemplo para os jovens da idade dela. Pegou o jeito rápido do trançado e quer aprender mais sobre esse saber ancestral. “É algo da nossa cultura que quero aprender para que não morra”, afirma. Uma preocupação que pode salvar essa riqueza cearense feita à mão.