Beberibe
Nome: Maria Reinaldo Gomes
Tipologia: Fios e tecidos
Técnica: Labirinto
Rota: Litoral Leste
Localidade: Paripueira, Beberibe
Contato
Endereço:
Telefone: (85) 99985-4901
Email:
Instagram:
Facebook:
Jeito simples e sorriso simpático, Maria Reinaldo, também conhecida como dona Baía, 72 anos, tem agilidade nas mãos na hora de bordar o labirinto. Nasceu e cresceu em Paripueira, a 20 km de Beberibe, fazendo a roça com os pais, plantando milho, feijão e mandioca. Mesmo ajudando no plantio, ela quis aprender a arte do labirinto.
Em Paripueira, assim como na maioria das localidades que produzem labirinto, o ensino da renda começou ainda na infância. Quanto mais cedo as meninas aprendessem a trabalhar na arte, maior seria a ajuda na complementação da renda familiar. Com dona Baía não foi diferente. “Eu aprendi com uma prima. Nesse tempo, todo mundo fazia (labirinto) e chamei ela pra me ensinar a encher. Outra comadre me ensinou a cortar”, conta dona Baía.
A renda labirinto possui várias etapas de produção e geralmente cada uma é executada por uma labirinteira diferente. Uma risca, outra corta, outra desfia, e assim sucessivamente, até o último corte, de forma coletiva. Mas dona Baía se orgulha de saber fazer todas as etapas. “Faço tudo. Corto, desfio, encho, caseio… Porque agora mesmo só quem trabalha com isso é eu, outra amiga minha, uma prima e uma sobrinha”.
Sentada na varanda de casa, no chão de cimento, ela trabalha em uma toalha de um metro e quarenta com a tranquilidade que é particular das pessoas do lugar. Para concluir uma toalha de labirinto desse tamanho são necessários quatro dias. “Se eu trabalhar das seis da manhã às seis da noite”, avisa.
“Só vou deixar de trabalhar nisso aqui, quando não puder fazer mais”, afirma. “É com o labirinto que consigo algum ganho, ajudo meu filho”.
Os avós foram os primeiros a chegar ao local e dona Baía e a família mantém os mesmos costumes daquela época. “Hoje eu e meus irmãos moramos aqui, plantando, fazemos farinhada”, disse. Com disposição e simpatia, ela mostra o local onde vive. As casas são simples e a paisagem, rica em vegetação. O passeio no Córrego de Santa Maria II, localidade de Paripueira onde ela reside, é um convite ao sossego.