Cascavel

Nome: Raimunda Silva de Sousa
Tipologia: Argila
Técnica: Modelagem
Rota: Grande Fortaleza
Localidade: Moita Redonda, Cascavel

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Dona Raimunda, 78, assim como a maioria da população de Moita Redonda, em Cascavel, começou cedo a mexer com barro. Aos oito anos ajudava os pais na produção e aos 12 já fazia suas próprias peças. “Coisas simples como potes, jarras e quartinhas. Era o que todo mundo fazia naquela época”, conta.

Filha de pai agricultor de milho, feijão e mandioca, e mãe artesã, dona Raimunda é a viúva do mestre do barro, Francisco Muniz, falecido em janeiro de 2022. Fariam 49 anos de casados. Naquela época, mestre Muniz também trabalhava na roça. “Naquele tempo as peças de barro não tinham tanto valor”, disse.

O caminho para o barro foi traçado quando seu Muniz recebeu uma encomenda para produzir carrancas de barro. “Então eu comecei a fazer em casa umas coisas diferentes, além da quartinha e dos potes e comecei a vender na feira. E lá, as peças chamaram a atenção de pessoas de Fortaleza que passaram a vir até minha casa para comprar”, disse.

Com o aumento dos pedidos, dona Raimunda e seu Muniz precisaram da ajuda dos vizinhos. “Ele saía de casa em casa ensinando para a pessoa produzir melhor os trabalhos”, disse. Foi quando as condições de vida da família melhoraram.

Um dos pioneiros do barro em Cascavel, seu Muniz é o criador da estética da renda de bilro moldada nas peças. “Foi difícil ele descobrir essa técnica. Ele fazia não dava certo, desmanchava, fazia de novo, não saia legal…e, foi assim, até que um dia ele acertou e aí foi uma grande alegria para nós. Era um segredo que ele não passava para ninguém de fora da família. Nos diferenciamos, foi quando juntamos dinheiro para construirmos a nossa casinha”, conta ela, orgulhosa. Sucesso imediato, as peças rendadas do seu Muniz ficaram como legado para a família e para o artesanato cearense.